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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

BCP: CMVM comunica à Procuradoria abuso de informação privilegiada


Adriano Miranda (arquivo)
A notícia surge no mesmo dia em que se soube que o Banco de Portugal acusou sete ex-líderes da instituição de gestão ilícita
A CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) vai enviar mais um relatório sobre o BCP ao Ministério Público para apuramento de eventuais responsabilidades criminais e denunciar um caso de abuso de informação privilegiada.

A notícia surge no mesmo dia em que se soube que o Banco de Portugal acusou sete ex-líderes da instituição de gestão ilícita, depois de na sexta-feira lhe ter instaurado um processo contra-ordenacional – iniciativa que a CMVM já tinha tomado.
O Conselho Directivo da CMVM decidiu "comunicar ao Ministério Público os factos que estiveram subjacentes ao processo de contra-ordenação (...) referido para apuramento de eventuais responsabilidades criminais", refere uma nota do regulador publicada no site da comissão.

A CMVM vai também "denunciar ao Ministério Público indícios de um caso de abuso de informação privilegiada com acções do BCP" e comunicar outras situações de subscrição de acções próprias em condições que indicam violações aos Código das Sociedades Comerciais.

As decisões surgem "no seguimento das acções de supervisão e investigação sobre o Banco Comercial Português, visando apurar a natureza e a actividade de diversas entidades sedeadas em jurisdições “off-shore”, responsáveis por investimentos em valores mobiliários emitidos pelo grupo BCP ou por sociedades com ele relacionadas", esclareceu o supervisor.

Sociedades “off-shore”

O anúncio de hoje acontece depois de, na sexta-feira, a CMVM ter notificado o banco da acusação num processo de contra-ordenação por prestação de informação financeira falsa ao mercado. Quanto as pessoas individuais implicadas e em relação às quais este supervisor já deliberou também deduzir acusação, as notificações ainda não foram feitas mas "seguirão em breve", segundo fonte oficial. Este processo diz respeito a alegadas irregularidades cometidas pelas anteriores gestões do banco e à utilização de um vasto número de sociedades “off-shore” para ocultar operações e informação aos dos supervisores.

Hoje soube-se também que, no apuramento final de responsabilidades a alegados actos ilícitos praticados por antigos administradores do BCP, o Banco de Portugal (BdP) deixou de fora da acusação três ex-executivos, Bastos Gomes, Francisco Lacerda e o polaco Boguslaw Kott. A autoridade de supervisão optou, nesta fase, por não discriminar responsabilidades e notificou sete ex-gestores, incluindo os três últimos ex-presidentes executivos - Jardim Gonçalves, Teixeira Pinto e Filipe Pinhal, e dois directores da instituição.

Na notificação, o BdP não refere ter-se verificado aproveitamento pessoal ou fraude, mas levanta questões graves, designadamente, as relacionadas com as sociedades “off-shore”, que serviram para a compra e venda de acções próprias sem conhecimento das autoridades. Isto porque ao não se terem abatido as acções próprias aos capitais próprios, o valor patrimonial do BCP foi alterado e as acções do banco valorizaram-se artificialmente, gerando distorção das condições de mercado.

Na sexta-feira, o BdP instaurou também um processo contra-ordenacional contra o BCP, iniciativa que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) já tinha adoptado. O regulador do mercado de capitais decidiu ainda enviar para o Ministério Público novas denúncias.

1 comentário:

RESSARCIDO disse...

Vejam este exemplo...
Os dois arguidos no caso de informação privilegiada ("insider trading")
ocorrida na Operação Pública de Aquisição (OPA) do BCP ao BPA
foram
hoje condenados pela prática de co-autoria do crime de abuso de
informação, tendo sido aplicadas multas entre os 18.000 e os
45.000 euros.
A José Neves Ferreira Magalhães, membro do conselho superior
do BCP
dos factos, foi aplicada uma multa de 150 dias, correspondente a
300 euros
por dia, num montante total de 45.000 euros.
A Américo Godinho, responsável pela gestão das carteiras
da família Guimarães, foi aplicada uma multa de 120 dias,
a 150 euros diários, num total de 18.000 euros.
Os dois arguidos foram acusados de terem adquirido acções
do BPA antes do lançamento da OPA pelo BCP, em 2000, com
base em informação privilegiada obtida por José João Neves
Ferreira Magalhães, na reunião do conselho superior do BCP.

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DEVE-SE LUTAR SEMPRE PELA VERDADE NO BCP....................... "A crise aperta, a crise é forte, a crise é farta, mas algumas instituições bancárias acharam que o melhor era enterrar ainda mais os endividados na lama". Pedro Ivo Carvalho, "Jornal de Notícias", 28-11-2009